Às vésperas dos protestos que prometem aumentar a pressão sobre o governo Dilma Rousseff, 238 municípios do país já tinham confirmado, no início da noite de ontem, os atos para amanhã. Também haverá manifestação em ao menos 19 cidades no exterior, localizadas em 11 países, como Alemanha, Argentina, Canadá, Estados Unidos, Itália, Portugal e Inglaterra. Em Brasília, o evento está previsto para ocorrer a partir das 9h30, com concentração no Museu da República. Na quinta-feira, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rossetto, disse que o Planalto vai monitorar as mobilizações.
Para o porta-voz do Movimento Brasil Livre (MBL), Fernando Holiday, as manifestações de amanhã terão caráter diferente dos últimos protestos. “O momento político atual é muito peculiar. As crises política e econômica fizeram com que o impeachment da presidente começasse a tomar corpo pela primeira vez. O que sentimos, ao divulgar o evento, é que as pessoas estão indignadas com o governo. Acreditamos que o mandato de Dilma se aproxima do fim”, afirmou.
Segundo o MBL, as manifestações pedirão mais do que a saída de Dilma. “Somos um movimento liberal, queremos a redução de impostos, menos burocracia. Vamos cobrar o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que começou a se aproximar de Dilma, e exigir do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que coloque o impeachment em votação rapidamente”, disse Holiday.
Enquanto manifestantes estarão nas ruas em centenas de cidades amanhã, centrais sindicais e movimentos sociais promoverão um ato em frente ao Instituto Lula, em São Paulo. Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), o evento não é uma reação aos protestos contra o governo. “Queremos mostrar que o ex-presidente Lula não está sozinho. Vamos proteger o instituto de novos ataques covardes, como o que ocorreu no fim do mês passado”, informou a assessoria da CUT.
Durante ato de filiação de novos tucanos em Maceió, o presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), criticou as declarações do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, de que os militantes sociais “pegarão em armas” para defender o governo Dilma Rousseff. “O Brasil assistiu, com perplexidade, à palavra de um dirigente sindical conclamando seus companheiros a se entrincheirarem e pegarem em armas. Quero dizer que nós vamos de cabeça erguida para as ruas de todo o Brasil no próximo domingo, levando, como nossa única arma, a Constituição do Brasil”, afirmou Aécio.
Fonte: Correio Brasiliense
Comentários