CARACAS (Reuters) - A Venezuela abriu nesta quinta-feira uma investigação sobre o assassinato de um líder local de oposição dias antes das eleições legislativas, levantando temores sobre a volta da violência política no volátil país sul-americano.
O líder do partido de oposição Ação Democrática no Estado de Guarico, Luis Díaz, na região central da Venezuela, foi baleado no fim de uma reunião pública na quarta-feira à noite, no mais recente incidente violento ocorrido durante a campanha.
A Promotoria Pública afirmou nesta quinta-feira que dois dos seus promotores, ajudados por investigadores policiais, irão liderar a investigação.
"Houve um estouro de dez tiros, e ele caiu coberto de sangue no chão", disse Lilian Tintori, mulher de Leopoldo López, líder da oposição que está preso. Ela estava no palanque perto de Díaz quando ele foi alvejado.
A Ação Democrática é parte de uma coalizão opositora que disputa a eleição de 6 de dezembro para a Assembleia Nacional. Pesquisas mostram que os socialistas, à frente do governo, podem perder a legislatura pela primeira vez em 16 anos.
A disputa tem aumentado a ansiedade sobre uma possível retomada da violência política. Protestos de oposição no ano passado provocaram uma onda nacional de violência, que deixou 43 mortos e centenas de feridos.
O governo do presidente Nicolás Maduro e a coalizão Unidade Democrática acusam um ao outro de manter uma linha violenta. O bloco regional sul-americano Unasul, que enviou uma missão para observar as eleições, condenou a morte de Díaz.
"Fazemos um chamado às autoridades nacionais relevantes para realizar uma investigação exaustiva sobre esse incidente terrível, para evitar a impunidade, e nós apelamos com veemência a todos os setores políticos para que contribuam com a paz e a harmonia", disse o comunicado do bloco.
Fonte: Reuters
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