DELAÇÃO DO GRANDALHÃO DA EMPREITEIRA CAMARGO CORREA TRAZ DE VOLTA A TURMA DO PT PARA O CENTRO DO PETROLÃO
Empresário Julio Camargo |
Investigado na operação Lava Jato, o executivo Julio Camargo tenta obter perdão judicial do juiz Sérgio Moro, responsável em primeira instância pelo julgamento do petrolão, o maior esquema de corrupção da história contemporânea, que sangrou os cofres da Petrobras pelo menos desde 2004. Camargo tenta o benefício, porque fechou acordo de delação premiada, no qual confirmou nos depoimentos que pagou 30 milhões de dólares em propina para conseguir contratos com a Petrobras. Camargo alega que forneceu informações importantes sobre o funcionamento do esquema de lavagem de dinheiro e, por isso, teria direito ao benefício.
No acordo de delação premiada, Julio Camargo disse que o lobista Fernando Soares, apontado como o operador do PMDB no escândalo do petrolão, exigiu, em 2005, propina de 40 milhões de dólares para conseguir que a empresa sul-coreana Samsung celebrasse com a Petrobras contratos para a fabricação de duas sondas de perfuração em águas profundas. Mais tarde, ele enviou uma retificação ao juiz, informando que o valor total dos recursos pagos foi de 30 milhões de dólares.
De acordo com Camargo, o pagamento da propina precisou de intermediação do doleiro Alberto Youssef. Ele providenciou contratos simulados com empresas de fachada para dar uma aparência legítima à transferência de recursos, que envolveu ainda ainda o ex-diretor da Petrobras Renato Duque e o ex-gerente Pedro Barusco.
A Piemonte, uma das empresas controladas pelo delator, foi contratada pela Samsung para a obtenção de contratos com a facilitação do lobista Fernando Baiano por conta do “sabido bom relacionamento” dele na Área Internacional da Petrobras, comandada na época pelo diretor Nestor Cerveró. “Procedem por completo os fatos narrados na denúncia oferecida por serem absolutamente fiéis às declarações prestadas por Julio Gerin de Almeida Camargo em colaboração premiada e ainda aos documentos por ele apresentados”, disse a defesa do empresário ao apresentar o pedido de perdão judicial.
Julio Camargo é réu na mesma ação penal do ex-diretor da Área Internacional da Petrobras Nestor Cerveró, do lobista Fernando Soares e do doleiro Alberto Youssef. Eles são acusados de crimes contra o sistema financeiro nacional, corrupção e lavagem de capitais. Do site de Veja.
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