Fonte: BBC
Um estudante de 14 anos foi morto com um tiro na cabeça durante um protesto contra o governo de Nicolás Maduro, em San Cristóbal, no interior da Venezuela.
Kluiver Roa foi baleado durante um confronto entre manifestantes e policiais. Ele teria sido levado ainda com vida ao hospital local, mas não resistiu.
O oficial que disparou contra o estudante foi detido.
A ministra de Interior e Justiça, Carmen Meléndez qualificou a ação como um ato "isolado". "É um fato individual que não representa o comportamento da nova polícia humanista", afirmou.
"Se aplicará todo o peso da a ele e aos responsáveis. Não há espaço para a impunidade", acrescentou.
Próxima à fronteira com a Colômbia, a cidade de San Cristóbal fica em Táchira - estado foi o epicentro das manifestações lideraras pela oposição que ocorreram há um ano e deixaram um saldo de 43 mortos.
Armas letais
O presidente Nicolás Maduro lamentou a morte do estudante e disse que com a prisão dos responsáveis "está se fazendo justiça". Maduro afirmou que no país "está proibida a repressão armada", em uma declaração que contradiz a decisão do ministério da Defesa, publicada na semana passada, autorizando o uso de arma letal contra manifestantes em caso de protestos violentos.
O documento, criticado por organizações de direitos humanos, diz que, "diante de uma situação de risco mortal, o funcionário militar aplicará uso da força potencialmente mortal, com arma de fogo ou outra arma potencialmente mortal".
A nova medida adverte que todas as alterativas de "contenção física" devem ser descartadas antes do uso da força.
Opositores condenaram a ação das forças de segurança durante o protesto. "Basta de matar aos jovens de nossa pátria", escreveu em seu perfil no Twitter o governador Henrique Capriles, um dos ícones opositores.
A morte do estudante ocorre em um momento de tensão política no país. Na semana passada o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, foi detido por agentes do serviço de inteligência do Estado. Ele é acusado de participar de um suposto plano de golpe de Estado para derrocar a Maduro. A oposição acusa ao governo de fechar o cerco contra seus dirigentes, de olho em fragilizar a coalisão antichavista, meses antes das eleições que devem definir a renovação do Congresso.
Maduro, por sua vez, afirma que não permitirá impunidade e que aplicará "mão de ferro" contra quem atuar contra a Constituição.
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