Sheislane Hayalla, que arrancou coroa de Carolina Toledo, eleita Miss Amazonas no domingo (1º), viu o cachê dobrar após o episódio e acaba de se mudar para o Rio de Janeiro

Fonte;IG

Sheislane Hayalla, de 23 anos, ganhou fama internacional após protagonizar um ataque de fúria durante coroação do Miss Amazonas, no último domingo (1º). Modelo e participante de concursos de beleza há três anos, ela se mostrou indignada com o resultado e arrancou a coroa de Carolina Toledo, que ficou em primeiro lugar.
"Desde 2012 estou participando de concursos. Já participei do Miss Brazil Globo e fui vice-Miss Globo Internacional. Se meu problema fosse ficar em segundo lugar, já tinha feito algo nessas outras ocasiões. Não sou recalcada, sei perder, sei ganhar. O problema é a injustiça", disse ela, que se intitula a porta-voz das outras candidatas.
Segundo Sheislane, o ato foi um protesto para desmistificar o glamour que é mostrado nesses eventos. "Queria mostrar que não tem glamour nos bastidores. O que aconteceu lá é sério. Desde o ano passado já havia boato de que ela (Carolina) estava negociando a faixa e a coroa. A coordenação falava que era mentira. Ela vem de familia tradicional que tem dinheiro e todos na cidade de Manaus já comentavam que o resultado estava vendido. Foi muito difícil até conseguir patrocínio. Tinha marca de roupa e salão de estética que nem queriam patrocinar as candidatas porque todo mundo sabia quem iria ganhar", denuncia.
"Outra coisa também é prova: ela (Carolina) tem um corpo fora do padrão do concurso. Durante toda a preparação, a organização pedia para que a gente atingisse um padrão, emagrecesse e tal. Eu, por exemplo, cheguei aos 55 kg com 1,75 kg por exigência, mas ela pesa 70 kg. Como pode?", questiona Sheislane.
O vídeo com a gravação do momento de fúria de Sheislane rodou o mundo, foi noticiado por vários veículos internacionais. A fama instantânea rendeu: o cachê da modelo dobrou e ela está de mudança para o Rio de Janeiro. "Quero fortalecer a minha carreira de atriz e modelo. Tive que aumentar minha assessoria de imprensa e contratar mais três funcionários, além de um advogado, que anda comigo sempre", contou ela.
Sheislane diz temer ameaças recebidas por meio das redes sociais. "Na rua, o pessoal me reconhece. Fico apreensiva porque não sei se vão me xingar. Muita gente fala que miss tem que ser elegante, me chama de louca, mas além de miss eu sou humana, não vou ficar aguentando ver isso", justifica ela, que entregou a faixa de vice no dia do episódio. "Falaram que perdi a faixa, mas a verdade é que entreguei a faixa. Devolvi no camarim para o coordenador e disse: 'Não quero entrar nesse circo, não sou palhaça'".
A atitude criticada por alguns, no entanto, deu mais mídia para Sheislane do que à sua adversária. "Já recebi vários convites para participar de programas na Globo, no SBT e na Record. Estou hospedada onde eles me colocam, no Rio e em São Paulo. O próximo passo é alugar um apartamento para mim no Rio, onde estão as oportunidades. Ainda vai melhorar", espera Sheislane, que, para fazer essa entrevista, solicitou o celular de um amigo. "Meu telefone é de crédito de Manaus e mesmo recebendo a ligação, pago deslocamento", explica a filha de uma dona de casa e um funcionário da construção civil.
Apoiada por algumas colegas e pela família, Sheislane também viu um empresário pegar carona no ocorrido. "Inventaram um sanduíche com meu nome e, de brinde, a pessoa que comprar o lanche ganha uma coroa. Não estou ganhando nada, mas não me importo, adorei a criatividade", diz.

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